Exercício-físico na gravidez restabelece principais tecidos do corpo em mulheres obesas
Estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, indica que a prática de exercício-físico imediatamente antes e durante a gravidez ajuda a restaurar os principais tecidos do organismo em mulheres obesas, contribuindo para uma melhor gestão dos níveis de açúcar no sangue e reduzindo o risco de problemas de saúde a longo prazo.

Um novo estudo publicado na revista científica Physiological Reports sugere que a prática de exercício moderado no período preconcecional e na gravidez beneficia a saúde das mulheres obesas, ajudando a restabelecer os tecidos do organismo e prevenindo vários problemas de saúde.
Os benefícios da atividade física na saúde geral das mulheres com obesidade são já amplamente conhecidos e comprovados, melhorando a forma como o organismo gere os níveis de açúcar no sangue e, consequentemente, reduzindo o risco de diabetes tipo 2 e síndrome metabólica (conjunto de fatores de risco, essencialmente cardiovasculares, que têm por base a obesidade).
De acordo com o Retrato da Saúde em Portugal 2018, publicado pelo Serviço Nacional de Saúde, a obesidade é descrita como “o resultado de insuficientes níveis de atividade física combinados com uma alimentação inadequada, caracterizada por um consumo excessivo de calorias, em grande parte provenientes de açúcar e
gordura".
As vantagens do exercício-físico na melhoria da saúde das mulheres com obesidade estendem-se à gravidez, sabendo-se que este contribui para a saúde de mãe e bebé, prevenindo, por exemplo, o desenvolvimento de diabetes gestacional ou a necessidade de administração de insulina quando existe já uma diabetes gestacional diagnosticada.
Contudo, até aqui as alterações que o exercício desencadeia nos tecidos que compõem o organismo da mulher grávida obesa não eram ainda bem compreendidas, até à realização desta investigação.
Para estudar esta relação, os cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, analisaram uma amostra de ratinhos - úteis para este tipo de investigação, por terem em comum com os humanos diversas características biológicas e fisiológicas - para avaliar o impacto do exercício no período de gestação.
Os resultados da investigação permitiram verificar que o exercício é capaz de alterar a forma como moléculas e células comunicam nos tecidos da grávida, durante a gestação.
"Um nível de exercício moderado imediatamente antes e durante a gravidez conduz a importantes alterações em diferentes tecidos da mãe com obesidade, tornando efetivamente esses tecidos mais parecidos com os tecidos de mães não obesas”, explica a investigadora Amanda Sferruzzi-Perri, responsável pelo estudo.
Para a cientista, estas alterações podem explicar porque é que o exercício melhora o metabolismo das mães com obesidade.
Segundo a investigação, os tecidos que podem sofrer estas transformações abrangem o tecido adiposo branco (que armazena os lípidos e envolve vários órgãos internos); o tecido músculo-esquelético (que usa a glicose e gorduras para gerar o movimento); e o fígado.
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