O toque e os afetos ao bebé
Saiba qual a importância do contacto físico entre o bebé e o mundo exterior, desde o momento do nascimento.

No ventre materno, a pele do embrião está já bastante desenvolvida, mesmo antes da formação de outros órgãos. A pele é o maior órgão sensorial do corpo, sendo através dela que vivenciamos a experiência do toque e, por consequência, a perceção dos objetos e das outras pessoas. No útero, o bebé está em contacto direto com o líquido amniótico, que o protege durante a gestação contra infeções, choques externos, traumas e contribui para o desenvolvimento dos pulmões de forma adequada. É pois natural que o bebé necessite da proteção da mãe fora do ambiente uterino e da continuidade de estímulos sensoriais ligados com a pele e com a experiência do toque.
Bebés precisam de colo
De acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde, o contacto precoce pele a pele, entre mãe e filho, estimula o início da amamentação na primeira hora a seguir ao nascimento. Este pressuposto evidencia a necessidade de contato físico entre mãe e bebé, sendo este um dos meios mais potencializadores dos afetos e uma via de excelência para aumentar o elo materno.
Hoje em dia muitos especialistas entendem que dar colo ao bebé ajuda-o a sentir-se mais familiarizado com o ritmo do ambiente extra-uterino e fará com que fique satisfeito e tranquilo. Os investigadores defendem inclusive que pegar nos bebés ao colo quando estes não estão a chorar, reduz a taxa de choro e contribui para que se sintam mais seguros de si.
Toque e desenvolvimento infantil
O toque é considerado uma ferramenta vital para o crescimento e o desenvolvimento infantil. Diversos especialistas têm evidenciado que a experiência do toque tem um papel preponderante no desenvolvimento humano, uma vez que dependemos da experiência do toque para aprender o mundo que nos rodeia. A investigação aponta que o toque é decisivo inclusivamente para reconfortar as crianças e aumentar a sua auto-estima enquanto indivíduos.
O toque é promovido de uma forma intuitiva, mas há momentos chave para o potencializar e aumentar o elo com o bebé.
A hora do banho
A hora do banho é uma oportunidade para estimular o bebé, mimá-lo e acariciá-lo. Não há um horário ideal para os cuidados com o banho, dependendo da rotina que a família decide criar para o bebé. No início do dia o banho poderá ajudar a estimular e a despertar o bebé, assim como no final do dia ajudará a relaxar o bebé para que durma mais tranquilamente. A água à temperatura corporal e um ambiente adequado são fatores determinantes.
Cuidados de higiene
Os cuidados de higiene como a muda da fralda são uma rotina que ocupa grande parte do
tempo dos cuidadores durante os primeiros meses. São também uma oportunidade para desfrutar do bebé e para criar laços de afetos entre
mãe e bebé e para que ambos se conheçam melhor.
Alimentação
Quando o bebé é amamentado, grande parte do tempo é passado ao colo da mãe, numa posição de conforto em que o toque é privilegiado. Mesmo quando o bebé é alimentado com biberão, as rotinas alimentares são uma forma de contacto físico entre o bebé e os cuidadores.
Massagem ao bebé
A massagem poderá ser uma rotina ideal para interagir com o bebé, durante os primeiros tempos de vida e o crescimento. Os benefícios da massagem nos bebés encontram-se sobejamente estudados, sendo esta técnica inclusivamente utilizada em situações de bebés prematuros ou de bebés com necessidade de cuidados especiais.
Momentos de lazer
O toque também é promovido intuitivamente nas brincadeiras familiares, constituindo um excelente veículo de comunicação com o bebé.
Hoje em dia são muitas as atividades dirigidas aos bebés para estimular as experiências sensoriais promovidas pelo toque. A música, a natação e a pintura são exemplos de opções para explorar a proximidade com o bebé e o contacto deste com o mundo exterior.