A alimentação do bebé no primeiro ano de vida

Conheça as recomendações da Direção-Geral da Saúde para uma alimentação saudável desde o nascimento.

Fazer escolhas alimentares adequadas durante o primeiro ano de vida do bebé é determinante para o seu crescimento saudável, influenciando também a sua saúde futura. O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direção-Geral da Saúde, fornece aos pais recomendações para a alimentação de bebés e crianças, enumerando os principais cuidados a ter nesta fase tão crucial para o desenvolvimento.

Primeiros 6 meses
As principais autoridades de saúde, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomendam que o bebé seja exclusivamente amamentado durante os primeiros 6 meses de idade, devendo a amamentação manter-se a par da diversificação alimentar e durante a introdução na dieta familiar, ou seja, até aos 12-24 meses. O leite humano é, por isso, o alimento de excelência a fornecer ao bebé, devendo ser oferecido pela primeira vez até à primeira hora após o nascimento.
De acordo com o manual da DGS, quando a amamentação não é possível, ou caso o leite materno se torne insuficiente, a alimentação deve continuar a ser exclusivamente láctea, devendo utilizar-se, em complementaridade ou em alternativa, fórmulas infantis, cuja composição é concebida para se aproximar à do leite humano.

A importância da alimentação da mãe
Sendo o aleitamento materno exclusivo a melhor forma de alimentar o bebé nos primeiros meses de vida, é essencial também que a mãe mantenha uma alimentação variada e equilibrada durante o período de amamentação, não sendo à partida necessário excluir qualquer alimento do seu plano alimentar.

Diversificação alimentar
O início da diversificação alimentar do bebé não é rígido, mas deverá começar por volta dos 6 meses, e nunca antes dos 4. Segundo a DGS, aos seis meses, uma alimentação exclusivamente látea não supre, por si só, as necessidades energéticas e em alguns micronutrientes (ferro, zinco, vitaminas do complexo B entre outros), tornando-se necessária a introdução de outros alimentos. Esta alimentação complementar permitirá ainda que o bebé desenvolva a capacidade de mastigação e deglutição, bem como o paladar.
A escolha dos alimentos dados ao bebé deve ser baseada na variedade e na qualidade, não devendo ser oferecidos alimentos processados (ex. bolachas), com adição de açúcar (ex. sumos ou bolos) ou com sal.
De um modo em geral, para as crianças saudáveis, todos os alimentos podem ser introduzidos a partir da diversificação alimentar, exceto o sal, o açúcar, o mel, bebidas açucaradas e chás (nomeadamente por alguns deles conterem funcho) e a proibição do uso de leite de vaca como fonte láctea principal até aos 12 meses., indica o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da DGS.

Primeiros alimentos
O primeiro grupo de alimentos que podem ser dados ao bebé é o dos hortofrutícolas ou o dos cereais, nomeadamente o creme de legumes, a papa ou a fruta. Neste caso, o creme de legumes não deve conter mais de quatro legumes. O critério para a distribuição destes legumes no creme pode orientar-se pela seguinte lógica:
colocar 1 do grupo dos legumes “base” (batata normal ou doce, chuchu, curgete, beringela ou couve-flor)
colocar 1 do grupo dos fornecedores de betacarotenos (cenoura ou abóbora)
colocar 1 do grupo dos ricos em antioxidantes (cebola, alho ou alho-francês) e 1 de folhas (alface, brócolo, couve coração, etc. e feijão verde).

Água
Com o início da alimentação complementar, deve ser incentivado também o consumo de água, oferecendo-a ao bebé ao longo do dia, em pequenas quantidades.

Fruta
A fruta pode estar presente desde o início da diversificação alimentar. Contudo, segundo as orientações da DGS, não deve ser excedida a quantidade de uma peça de fruta inicialmente, e de duas peças de fruta a partir dos 6 meses. Escolha fruta da época e variada e não use a fruta como refeição principal, mas antes como sobremesa das refeições principais ou um complemento a um lanche.

Proteína animal (não láctea)
A proteína animal (não láctea) deve ser introduzida ao 6.º mês, na quantidade de 30 g/dia de carne ou de peixe. Tradicionalmente inicia-se a introdução com carnes de aves (frango, peru, avestruz) ou de coelho, menos ricas em ferro do que as carnes de bovino, mas também com menor teor de gordura saturada., indica a DGS. Numa fase inicial, a carne e o peixe podem ser adicionados ao creme de legumes.

Consulte todas as recomendações alimentares no primeiro ano de vida do bebé em https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/alimentacao-saudavel-dos-0-aos-6-anos/

Fontes consultadas:
Direção-Geral da Saúde. Programa Nacional da Alimentação Saudável. Alimentação Saudável dos 0 aos 6 anos. Disponível em: https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/alimentacao-saudavel-dos-0-aos-6-anos/.

Associação Portuguesa de Nutrição. Alimentação nos primeiros 1000 dias de vida: um presente para o futuro. E-book n.o 53. ISBN: 978-989-8631-45-9. Disponível em: https://www.apn.org.pt/documentos/ebooks/1000_DIAS_EBOOK-2706.pdf

Hospital de Braga. Guia de Aconselhamento. Alimentação no 1.º ano de vida. Disponível em: https://www.hospitaldebraga.pt/storage/files/alimentacao-1o-ano-de-vida-hospital-de-braga.pdf 

Cuidados ao bebé
Com base nas orientações de:
Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direção-Geral da Saúde